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Doutorando e Mestre em Ciências Políticas pelo Programa de estudos Pós Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP e especialista em marketing (ESPM). Autor de Política e Segurança Pública: uma vontade de sujeição (Rio de Janeiro: Contraponto, 2009).

terça-feira, 4 de maio de 2010

bioeconomia = biopolítica

A prova de que não há a possibilidade de entender a biopolítica fora do contexto da economia está numa tímida e curta referência de Foucault a Ricardo, Malthus e Marx. O problema da biopolítica, seu corte e seu desbloqueador, tem um lugar central em todo o pensamento da economia política: a população, a demografia. A partir de 1809 Ricardo estabeleceu com Malthus laços de amizade que não influenciaram em seus desacordos teóricos. Para Ricardo, o que faz com que a economia seja possível e necessária é uma perpétua e fundamental situação de escassez, frente a uma natureza por si mesma inerte e estéril, salvo em uma minúscula parte, o homem arrisca a vida. A economia, portanto, encontra seu princípio pelo lado dessa região perigosa onde a vida enfrenta a morte. E Malthus, na mesma época escreverá sobre as proporcionalidades logarítimas entre a progressão geométrica das populações e aritmética da subsitência. “Malthus , pensou essencialmente o problema da população como um problema de bioeconomia, enquanto que Marx tentou erradicar a noção de população, mas para reencontra-la em uma forma já não bioeconomica e sim histórico política de classe, enfrentamento de classe” (Segurança, Território e População, 105). Para Malthus, a sociedade se consome e deve consumir aquele que não tem para viver nem trabalho nem sustento e sua infelicidade deve recair apenas sobre ele mesmo. A economia política atribuiu aos 'incentivos' a pedra de toque da vida moderna. Entendê-los virou a chave para solucionar a relação risco/oportunidade ou, inicialmente, como explicitava Adam Smith em 1759, em Teoria dos Sentimentos Morais, liberdade individual/normas sociais. Estas construções teóricas foram fundamentais para caracterização histórica da sociedade civil, dos interesses de sociedade, demandas de sociedade. Hoje, vejo que o estudo da especialização do 'interesse', do 'incentivo' e da 'oportunidade', como categorias da economia são fundamentais para entender a garantia da sociedade frente aos fenômenos da escassez, à miséria e seus escopos, como a doença, o crime e a guerra. Frente a estes fenômenos a economia política se tornou fundamental tanto quanto a segurança. Teria a economia política lançado os métodos para o sistema de segurança?!

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